Cachoeirinha - A Justiça Eleitoral de Cachoeirinha determinou que David Almansa (PT), candidato à prefeitura, republicasse o direito de resposta do atual prefeito Cristian Wasem (MDB) após uma disputa na Justiça Eleitoral. A disputa iniciou em agosto, durante o período pré-eleitoral, quando Almansa publicou um vídeo acusando o governo de corrupção e má gestão. Em sua representação, Cristian Wasem alegou que as declarações eram caluniosas e configuravam propaganda eleitoral antecipada negativa.
A juíza Suélen Caetano de Oliveira, da 173ª Zona Eleitoral, deu o ultimato para a republicação do vídeo sem edições, após Almansa ter alterado 10 segundos do conteúdo original, alegando que o vídeo excedia o limite de tempo estabelecido pela Justiça. Almansa chegou a cortar a frase “se mentir de novo eu volto”, o que foi considerado uma violação à ordem judicial, sujeitando-o a uma multa de R$ 10 mil por hora caso descumprisse a decisão. O processo de direito de resposta está registrado no TRE sob o número 06002536420246210143.
Após a publicação do vídeo de resposta, Almansa adotou uma estratégia que gerou ainda mais repercussão: ele postou 36 outras publicações em suas redes sociais logo após, com o claro intuito de diminuir o alcance do direito de resposta de Cristian Wasem. Essa manobra, no entanto, deve apresentar consequências inesperadas. O algoritmo do Instagram, conhecido por punir perfis que publicam excessivamente em um curto espaço de tempo, deve reduzir drasticamente o alcance de exibição do perfil de Almansa. Segundo especialistas em marketing digital, essa prática pode comprometer a visibilidade do conteúdo por dias ou até meses, afetando até mesmo postagens patrocinadas, que passarão a exigir um investimento maior para atingir o público pretendido. Além disso, os comentários da postagem do direito de resposta foram desativados, quando foram reativados eram limitados. Somente postagens contra Cristian apareciam no vídeo, deixando claro que o administrador do perfil está tentando diminuir o impacto negativo na imagem da campanha petista.
Em grupos de notícias de WhatsApp e Facebook, muitos eleitores condenavam a prática da divulgação de notícias falsas, além de se posicionarem contra o uso de caminhão de som por parte da campanha petista onde mais se ouve ataques a atual administração do que propostas para a cidade. Fato que muitas vezes é refutado por apoiadores de Almansa, que chamam as pessoas que questionam de CCs (cargos em comissão), bolsonaristas ou que estão sendo pagos para defender Cristian.
Além das repercussões políticas, a situação evidencia os desafios impostos pelas plataformas digitais durante campanhas eleitorais, onde o uso inadequado das redes pode impactar negativamente a performance de um candidato, dando mais trabalho para a Justiça Eleitoral.
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