Saúde Mental: sinal amarelo no mês de setembro




Por Nelson Dutra - Ascom HDJB

Cenário que preocupa as autoridades ligadas à saúde em todo mundo, as doenças e transtornos mentais já acometem uma em cada oito pessoas no planeta. Esses dados, divulgados pela Organização Mundial da Saúde, recebem ainda mais exposição durante o Setembro Amarelo, iniciativa que visa propor uma reflexão sobre a saúde mental e os casos extremos de atentado à própria vida. No Brasil, a estimativa é de que ocorram cerca de 14 mil episódios do gênero por ano. Para enfrentar a questão, especialistas destacam a necessidade de maior integração entre o poder público, profissionais de saúde e a sociedade.

Iniciada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha Setembro Amarelo busca promover a conscientização em diferentes setores da sociedade. “Existem fatores que desencadeiam o pensamento suicida, porém a depressão é, sem dúvida, a doença mais relacionada. E qualquer pessoa pode desenvolver depressão”, afirma a psiquiatra do Hospital Dom João Becker, Maria de Fátima Camargo. Segundo a médica, a campanha Setembro Amarelo pretende demonstrar que situações extremas podem ser evitadas por meio de estratégias que incentivem a valorização da vida.

Porém, de acordo com Maria de Fátima, é preciso a convergência de importantes atores sociais. “É um trabalho de todos, ou seja, profissionais de saúde, educadores, gestores públicos, personalidades e lideranças, juntamente com a população”, ressalta a médica do Dom João Becker. Ela também destaca a necessidade do olhar mais apurado aos jovens da faixa dos 15 aos 29 anos, público no qual se verifica um crescimento nas estatísticas. Informação relevante também divulgada pela OMS aponta que enquanto os índices de suicídio têm diminuído em outros continentes, as Américas apresentaram um aumento de 17% nos casos.

CONDIÇÕES ESTRESSANTES - A saúde mental equilibrada permite que uma pessoa lide com as emoções diárias e enfrente adversidades com resiliência, reconhecendo a vida como um bem precioso. O adoecimento mental geralmente é devido a condições estressantes de toda ordem (sociais, econômicas e culturais), uso de drogas e experiências traumáticas. Depressão, ansiedade, bipolaridade, entre outras condições, também podem ter origem hereditária.

Especialistas recomendam que indivíduos ou familiares que identifiquem a necessidade de auxílio psicológico busquem ajuda em redes de apoio especializadas. Em Gravataí, a prefeitura organiza grupos focados no atendimento desses pacientes. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3600-7175 ou diretamente em uma unidade básica de saúde.


FATORES DE RISCO PARA O ATENTADO À VIDA

  • Diagnóstico de doença mental
  • Tentativas prévias
  • Histórico familiar
  • Comportamento automutilante
  • Abuso de álcool e outras drogas
  • Abuso sexual sofrido na infância
  • Comportamentos impulsivos
  • Separação conjugal
  • Desemprego ou crise financeira
  • Conflitos familiares

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