Conforme levantamento do Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul - Siout, atualmente em torno de 880 poços artesianos são regularizados ou estão em processo de outorga nas cidades da Grande Porto Alegre, representando apenas 3% dos 27,7 mil poços identificados junto à Corsan na região metropolitana. Para ampliar a procura pela regularização, o Departamento de Recursos Hídricos do RS, Corsan e Ambiental Metrosul mantêm as vistorias, intensificando as ações em Cachoeirinha, Canoas e Gravataí. Juntos, esses municípios somam 64% das estruturas cadastradas nos nove municípios atendidos pela Parceria Público-Privada.
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Além da notificação emitida pelo DRH, orientando proprietários dos imóveis com poços irregulares a solicitarem a outorga, equipes da Corsan-Metrosul atuam junto aos moradores explicando a importância da regularização para a preservação do meio ambiente e também da saúde pública, pois muitas estruturas estão próximas às ligações de esgoto, aumentando a possibilidade de contaminação da água.
“O aumento nos encaminhamentos de regularização dos poços junto ao órgão nos últimos 18 meses demonstra a efetividade das ações conjuntas entre o DRH e a PPP”, destaca o diretor-executivo da Ambiental Metrosul, Fábio Arruda. Ele comenta, ainda, que nas abordagens de conscientização quanto ao uso indevido da água dos poços, os moradores demonstram interesse em saber mais informações sobre o processo para regularização. Segundo dados do Sistema de Outorga, a procura no último ano e meio aumentou 46% se comparado a 2021.
Nesse sentido, as equipes da Ambiental Metrosul, responsáveis pelas visitas porta a porta, têm papel fundamental tanto na orientação quanto à utilização dos poços, bem como no apoio para a regularização dos mesmos junto aos órgãos competentes. Em dois anos e meio de atuação na RMPA, os profissionais da empresa já identificaram 5,7 mil poços dos mais de 27 mil cadastrados na Corsan.
E os problemas de falta de água?
O que levou muita gente a fazer um poço artesiano são as constantes faltas de água no verão, principalmente em Cachoeirinha e Gravataí. São pelo menos 20 anos de promessas da Corsan em resolver o problema e todo verão vemos a reincidência de problemas de abastecimento, água com gosto ruim ou tubulação antiga se rompendo, deixando bairros inteiros sem água por dias.
Outro obstáculo é o valor dessa regularização. Uma pesquisa rápida nas empresas que fornecem o serviço mostra que o valor inicia em R$ 4 mil e vai até R$ 10 mil. O que dificulta e muito a regularização deste serviço, ainda mais na grave crise financeira que o Brasil e diversos outros países da América Latina enfrentam.
Parece que os administradores públicos responsáveis por essa área vivem em uma bolha diferente da sociedade, onde a busca pelo aumento de arrecadação se sobressai as necessidades da população.
Por André Guterres
Com informações Ascom/Ambiental Metrosul
Foto: Agência Brasil
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