O Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido como AVC, é uma das urgências médicas que mais preocupa os profissionais de saúde e tem grande ocorrência em nosso país. Segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, são 307 mortes em média a cada dia no Brasil. Isso corresponde a mais de 110.000 óbitos por ano, um número que impressiona. Em Gravataí, o Hospital Dom João Becker vem investindo em estrutura e profissionais de saúde para que o desfecho dos casos seja o melhor possível. Mas é importante conhecer melhor o que é e como agir em caso de suspeita de AVC.
O acidente vascular cerebral ocorre por uma alteração do fluxo de sangue ao cérebro. Sem oxigenação sanguínea ocorre a morte de células nervosas da região atingida. Ele pode se originar de uma obstrução das artérias, o chamado isquêmico (80% dos casos) ou de uma ruptura do vaso, conhecido por hemorrágico (cerca de 20% dos casos). Existe outra condição chamada Ataque Isquêmico Transitório (AIT) que consiste na interrupção temporária do fluxo sanguíneo, causando sinais e sintomas iguais ao AVC que, porém, revertem-se espontaneamente em um curto período de tempo. O ataque isquêmico transitório deve ser encarado como um aviso de que algo está errado. Sua causa precisa ser descoberta e tratada antes que o AVC, propriamente dito, ocorra.
SEQUELAS - Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC é a principal causa de incapacidade no Brasil e a segunda causa de morte, com uma incidência anual de 108 para cada 100 mil habitantes. A incidência vem crescendo cada vez mais entre os jovens e a Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization) prevê que uma a cada seis pessoas no mundo irá sofrer ao menos um episódio ao longo da vida. “Cerca de 70% dos pacientes não retorna ao trabalho, devido as sequelas, e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia”, informa a neurologista do Hospital Dom João Becker, Melissa Osmarini.
Uma das principais armas é o conhecimento. Saber as condições de risco, a prevenção e os sintomas são fundamentais. “Pode ocorrer em qualquer idade, inclusive nas crianças, mas costuma ser mais frequente em mais idosos e pessoas com problemas cardiovasculares”, comenta a médica. Pessoas com hipertensão, diabetes, obesidade, colesterol elevado, doenças cardíacas ou, ainda, que fumam e consomem bebidas alcoólicas em excesso devem ficar mais atentos.
REABILITAÇÃO - Infelizmente, células cerebrais não se regeneram, nem há tratamento que possa recuperá-las. No entanto, existem recursos terapêuticos capazes de ajudar a restaurar algumas funções, movimentos e fala. “Após um AVC, as áreas do cérebro afetadas podem se reconstituir parcialmente se receberem os estímulos certos. Por isso, programas de reabilitação, como fisioterapia e fonoaudiologia, por exemplo, são muito importantes”, ressalta a neurologista. Melissa destaca também que nem todo AVC deixa sequela. A evolução de cada caso é bem particular e depende da intensidade e região cerebral impactada.
O Hospital Dom João Becker possui uma Unidade de AVC Tipo III, habilitada pelo Ministério da Saúde e está preparado com experiente grupo de neurologistas, neurocirurgiões e equipe de enfermagem para atuar, tanto em casos isquêmicos, quanto hemorrágicos, de maior ou menor complexidade. “O Acidente Vascular Cerebral é uma emergência médica. O paciente deve ser encaminhado imediatamente para atendimento hospitalar, pois cada minuto é determinante para o sucesso do tratamento”, alerta Melissa.
COMO RECONHECER OS SINTOMAS?
Fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo
Desvio da rima labial, com a boca torta ao falar
Confusão mental, alteração da fala ou fala enrolada
Alteração da visão, com embaçamento ou visão dupla, em um ou ambos os olhos
Súbita perda do equilíbrio, da coordenação ou tontura
Dor de cabeça muito forte, de início repentino, sem história de dor anterior
Via Ascom/HDJB - foto: divulgação
0 Comentários