Pandemia, guerras, inflação. Se ficou mais difícil se alimentar por aqui, fazer com que alimentos cheguem para pessoas refugiadas em lugares de difícil acesso se torna uma prioridade em meio a crise global de refugiados
São Paulo, 14 de outubro de 2022 – Os preços dos alimentos dispararam no mundo todo e 828 milhões de pessoas estão passando fome, segundo relatório recente das Nações Unidas¹ – um dado de embrulhar o estômago. Entre a população refugiada, a crise alimentar se torna um desafio mais grave em meio a deslocamentos forçados, guerras e perseguições.
Para conscientizar a opinião pública sobre esta questão e potencializar a distribuição de alimentos para pessoas refugiadas em todo o mundo, o ACNUR lança neste domingo (16) a campanha “ComidaPraViagem”, no marco do Dia Mundial da Alimentação.
“No mundo todo, milhões de pessoas refugiadas precisam de abrigo, documentação, acesso a saúde e educação para viver. Mas, sem comida, elas não podem nem sobreviver”, afirma Samantha Federici, chefe do escritório de parcerias com o setor privado do ACNUR no Brasil.
Esta é uma campanha que permite facilitar o engajamento público no combate à fome entre pessoas refugiadas, contribuindo para que famílias inteiras possam receber apoio financeiro e alimentos, especialmente em lugares de difícil acesso.
Atualmente, cerca de 828 milhões de pessoas vão para a cama com fome todas as noites, número que cresceu em 150 milhões durante a pandemia. E, de acordo com o relatório da ONU, este cenário pode piorar ainda mais: O número daqueles que enfrentam insegurança alimentar aguda também aumentou – de 135 para 345 milhões – desde 2019. Um total de 50 milhões de pessoas em 45 países estão à beira da fome.
“A fome voltou a crescer de forma insustentável no mundo, e não podemos ignorar este impacto na vida das 89 milhões de pessoas sob o mandato do ACNUR em situação de deslocamento forçado. A fome é uma das mais urgentes necessidades entre essa população, e tal situação requer uma resposta humanitária emergencial”, afirma Federici.
Como a crise afeta a população refugiada – De acordo com dados do ACNUR, até o final de 2021 82% dos deslocados internos e 67% das pessoas refugiadas e solicitantes da condição de refugiado no mundo vieram de países que enfrentaram crises alimentares – das quais 40% foram hospedadas em países que enfrentam a mesma crise.
Este cenário afeta crises existentes em todo o mundo, como mais de 16 milhões de iemenitas, 27,3 milhões de congoleses, 50 milhões de afegãos, 20,4 milhões de etíopes, 12 milhões de sírios e metade da população do Afeganistão. Nesses e em outros locais, o ACNUR trabalha para restabelecer a dignidade de famílias e indivíduos por meio de doações em dinheiro para que possam atender suas necessidades básicas.
O Dia Mundial da Alimentação é uma data global que acontece neste domingo, 16 de outubro, e alerta indivíduos, empresas, países e a comunidade internacional para os desafios e soluções possíveis da fome no mundo. Descubra como ajudar pessoas refugiadas com fome em https://doar.acnur.org/doe/comidapraviagem.
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