Movimento realiza ocupação em Sapucaia do Sul e reivindica regularização de área para moradia



Grupo é formado por moradores ameaçados de despejo de área da CEEE, em Gravataí, e por famílias em vulnerabilidade social pela falta de recursos para manter aluguel. Movimento tem apoio da Frente Nacional de Luta (FNL)

A luta por moradia e terra ganha novos contornos em Sapucaia do Sul. Na madrugada deste sábado (30), cerca de 110 famílias ocuparam uma área na continuação da Avenida Justino Camboim, na Lomba da Palmeira. O local fica ao lado da Ocupação Marielle Franco e está associado à mesma matrícula imobiliária, um terreno de aproximadamente 40 hectares.

A nova ocupação foi organizada pela Frente Nacional de Luta (FNL), que tem impulsionado no país as reivindicações por Reforma Agrária e moradia. Parte das famílias que chegaram nesta madrugada vive em Sapucaia e cidades vizinhas sob o risco de despejo porque não tem como bancar aluguel. Também reivindicam o espaço famílias que ocupam uma área da CEEE em Gravataí e agora também estão ameaçadas por ordens de despejo concedidas pela Justiça à companhia de energia.

De acordo com os organizadores da ocupação, o terreno tem capacidade para acolher mais de 500 famílias, além das 110 que já estão instaladas na Ocupação Marielle Franco desde 2014. Os novos ocupantes querem que seja extinto o processo de reintegração de posse da área e que se avance imediatamente nos trâmites de regularização fundiária, que conta, inclusive, com verba de R$ 500 mil, concedida via emenda parlamentar da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL). Esse recurso poderá ser perdido caso o governo do Estado, via Secretaria de Obras e Habitação, não dê os encaminhamentos à regularização da área, que tem liminar de reintegração de posse concedida à Procuradoria-Geral do Estado.

Área estava prevista para moradia

A reivindicação dos moradores da Marielle Franco e dos novos ocupantes não é de agora. O projeto inicial da área previa moradia aos atingidos pela obra da rodovia estadual. No entanto, a falta de vontade política não permitiu avanços, e muitas famílias cansaram de esperar soluções e foram para outros locais. Quem já vive no terreno da Lomba da Palmeira não conta com energia elétrica, saneamento e serviços básicos, como atendimento em saúde. A ocupação deste sábado também foi mobilizada para que se garanta acesso a esses serviços.

Enquanto isso não ocorre, o movimento de moradores pede a colaboração da comunidade para se manter na luta. São aceitas doações de alimentos, produtos de higiene, cobertores, utensílios de cozinha e roupas, que poderão ser entregues em pontos de coleta ou diretamente na ocupação. 


Por Nathália Bittencurt/Ascom
Fotos: divulgação













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