Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que em 11 anos, a porcentagem de brasileiros entre 25 e 44 anos classificados com obesidade severa saltou de 0,9% para 2,1%. Se fizermos a proporção, levando em conta Gravataí (aproximadamente 300 mil habitantes), é bem possível que tenhamos cerca de seis mil gravataienses com esse grave problema de saúde. É preciso usar todo o conhecimento e técnicas disponíveis para salvar a vida dessas pessoas.
Pacientes com obesidade, antes de passar por qualquer tipo de procedimento, devem ser submetidos a uma série de consultas com especialistas de diversas áreas. O objetivo do atendimento multidisciplinar é definir qual o procedimento ideal para cada pessoa. O Centro de Tratamento da Obesidade (CTO), que a Santa Casa trouxe para Gravataí, contempla essa filosofia de atuar na doença com profissionais da saúde de diferentes formações.
Alguns fatores são considerados para encontrarmos o modelo adequado ao paciente: índice de massa corporal (IMC), existência de doenças relacionadas à obesidade e condição cardiopulmonar. No entanto, a questão do excesso de peso vai além disso.
Ela é uma doença complexa e de origem multifatorial. Por isso, para tratá-la de maneira mais eficaz e holística, é preciso levar em conta o contexto ambiental, social e genético de cada paciente. Além da orientação médica, são recomendados a atenção nutricional, o acompanhamento psicológico e a assessoria de um educador físico.
A alimentação é a chave para sucesso do tratamento. Por isso, é fundamental que um nutricionista desenvolva a dieta que se adapte ao momento de vida do paciente.
Da mesma forma, questões psicológicas também interferem e são fundamentais para a conquista dos objetivos. Evidências científicas indicam que pessoas que procuram perder peso têm tendência a passar por sofrimento emocional. A obesidade é causa frequente de diversas condições psiquiátricas. O inverso também é uma realidade, pois o ganho de peso pode ser consequência de doenças mentais previamente diagnosticadas (depressão, ansiedade e transtornos de compulsão alimentar). Por isso, é essencial a presença de Psicólogo ou Psiquiatra que saiba avaliar as condições e tratá-las em paralelo.
A boa condição física, por sua vez, é outro pilar da boa saúde do paciente bariátrico. Nesse sentido, o educador físico cumpre um papel que se encaixa aos demais, complementando o trabalho multidisciplinar no tratamento da obesidade.
"Estamos muito felizes em trazer para o Hospital Dom João Becker o modelo do Centro de Tratamento da Obesidade da Santa Casa. Desde o acompanhamento preliminar, passando por uma possível cirurgia bariátrica, até o pós-operatório, estamos aqui atuando em equipe pela qualidade de vida do paciente", finaliza o Dr. Rodrigo Dallegrave, cirurgião bariátrico do CTO da Santa Casa de Misericórdia.
Via Ascom HDJB - foto: divulgação
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