Nos últimos anos, muitas famílias vieram morar nos condomínios e novos loteamentos construídos na cidade, e esses novos moradores não conhecem bem a história da nossa Cachoeirinha.
Abaixo segue o texto que conta resumidamente a história da cidade:
A história de Cachoeirinha começa com o imigrante João Baptista Soares da Silveira e Souza. Ao chegar ao Brasil em 1813, este açoriano, vindo da ilha de São Jorge, solicitou à administração colonial uma área de terras, concedida em 1814, cujos limites estão dentro do território de Cachoeirinha. A edificação construída nesta área, a Casa dos Baptista, localizada dentro do "Mato do Júlio" na parada 54 é o nosso patrimônio histórico mais importante.
João Baptista se tornou um importante empreiteiro de obras, participando de construções da Capital no século XIX, como o Theatro São Pedro e a Ponte de Pedra. Inclusive, a primeira ponte de Cachoeirinha, demolida no início do século XX, também foi construída por ele. Pelos serviços prestados, recebeu o título de Comendador.
Ao falecer em 1870, João Baptista deixou seus bens a dois sobrinhos. Um deles, João Baptista Soares da Silveira e Souza Sobrinho, coronel da Guarda Nacional, se estabelece na Casa dos Baptista. Por ocasião do falecimento do coronel, seus filhos e filhas dividem as terras da fazenda entre 1924 e 1936, e a maior parte deles loteia as terras. Este fato foi o impulso para o começo da ocupação urbana de Cachoeirinha, a partir da Vila Cachoeirinha em 1941.
Com seu falecimento, em 1923, os herdeiros iniciaram a venda das terras, um total de 44km² (área total da cidade) e começou a expansão do distrito. Foram abertas as ruas Tamoio, Tabajara, Tapajós e Tupi e a atual Papa João XXIII, formando-se o primeiro loteamento local, a Vila Cachoeirinha.
Apenas um destes descendentes conservou suas terras intactas. E esta parte é justamente a área do Mato do Júlio, onde está, sobrevivendo ao tempo, a Casa dos Baptista, testemunho da colonização do Estado pela imigração açoriana. A preservação desta casa é um passo fundamental para a valorização do passado e da cultura, não só de Cachoeirinha, mas de todo o Rio Grande do Sul.
O nome Cachoeirinha teve origem em uma pequena queda d'água localizada a cerca de um quilômetro acima da ponte do rio Gravataí, que impedia a navegação, principalmente em épocas de estiagem.
Em 1919, Frederico Augusto Ritter inaugurava as Conservas Ritter na Granja Esperança, que ficava na estrada Brigadeiro, que em 1971 teve seu nome alterado em homenagem ao nome do grande empresário que veio morar e empreender em nossa cidade.
Em 1925, surgiu a ponte de ferro, de uma mão, que terminaria virando símbolo da cidade, mesmo depois de desmontada e vendida a um ferro-velho.
Em 1928, o Governo Estadual ordenou que fosse dinamitada a rocha que formava a queda d'água, em função das obras de dragagem que estavam sendo feitas para facilitar a navegação entre os municípios de Santo Antônio da Patrulha, Gravataí e Porto Alegre.
Em 1959, iniciaram-se as reuniões para a emancipação do município, na casa de José Teixeira, que se tornou, depois, a sede da Aliança Democrática Popular e, mais adiante, dos Correios. Mas essa primeira tentativa de emancipação não teve êxito por falta de apoio da população.
No fim dos anos 60, foi criada nova comissão, que tampouco alcançou seus objetivos. Só em 1965, quando surgiu um terceiro movimento emancipatório, chegou-se à vitória, graças à grande representação política que o distrito tinha, então, em Gravataí, uma vez que três vereadores — José Prior, Osvaldo Correia e Martinho Espíndola — e o vice-prefeito Rui Teixeira residiam em Cachoeirinha. Além do apoio do Padre Geremias que participou ativamente do processo de emancipação.
O primeiro comandante do município foi Francisco Valls Filho (15/05/1966 - 31/01/1968), nomeado interventor pelas autoridades estaduais da época. Sucedeu-o Rui da Silva Teixeira (31/01/1968 - 02/07/1969), o primeiro prefeito eleito pelo voto popular.
Por problemas políticos, Rui foi destituído, e assumiu, interinamente, em seu lugar, o vice-prefeito, Alécio Caetano Goulart 09/07/69 a 01/09/69), substituído, dois meses depois, pelo interventor Aury de Oliveira (01/09/1969 - 31/03/1973), mas que retornou ao cargo após sua saída (31/01/1973 - 31/01/1977). Sucedeu-o Francisco José Rodrigues (31/01/1977 - 31/01/1983). O prefeito seguinte foi Francisco de Medeiros (31/01/1984 – 1°/01/1989), que também governou Cachoeirinha em outra oportunidade (01/01/1993 - 24/07/1994), tendo falecido no exercício do cargo, vítima de um acidente de trânsito, com o que foi substituído por seu vice, Maurício Medeiros Tonolher (25/07/1994 - 31/12/1996). Entre os dois mandatos de Francisco de Medeiros, governou Cachoeirinha Gilso de Almeida Nunes (01/01/1989 - 31/12/1992). Valdecir Mucillo (01/01/1997 - 31/12/2000) foi o sucessor de Maurício Medeiros. José Luiz Stédile assumiu em 01/01/2001 e governou até 31/12/2008. Luiz Vicente da Cunha Pires, governou de 01/01/2009 a 31/12/2012,sendo reeleito para o período de 01/01/2013 a 31/12/2016. O atual prefeito é Miki Breier que assumiu em 01/01/2017.
Inicialmente, a economia de Cachoeirinha estava baseada no cultivo de hortifrutigranjeiros e na criação de gado, destacando-se, sobretudo, pela produção leiteira, o que a levou a ser reconhecida como "Cidade do Leite".
Em 1970, a economia do município diversificou-se e tomou impulso com a instalação de um distrito industrial, que gerou um surto migratório de catarinenses e de gaúchos provenientes de regiões como Palmeira das Missões, Santa Maria e Santo Antônio da Patrulha. Esse distrito foi significativamente ampliado com a instalação da fábrica da Souza Cruz nos anos 2000, a mais importante da empresa na América Latina, que abrigava, também, parque gráfico transferido do Rio de Janeiro e posteriormente vendido para a Amcor, uma multinacional australiana.
O distrito industrial de Cachoeirinha é um dos mais importantes do estado e a fonte de riquezas da cidade.
Estrategicamente localizada a 17 km do centro de Porto Alegre, Cachoeirinha faz divisa, também, com Gravataí, Esteio, Alvorada, Canoas e Sapucaia do Sul, o que a transformou em um importante polo logístico, além de se destacar por sua pujança nas áreas industrial, comercial e cultural.
Nos últimos 20 anos, a cidade sofreu diversas transformações. Muito ainda precisa ser feito, mas é inegável que muita coisa já foi feita em nossa cidade.
O importante é que a cidade continue avançando, seja de modo lento ou rápido, mas avançando sempre.
Com informações da jornalista Vanessa Martins/PMC - foto: reprodução
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